quinta-feira, 2 de agosto de 2007

"Eu não sei nada de literatura" *

"Não se pode ter tudo", Cora Rónai foi na mosca. É disso tudo que é preciso entender para se entender, se perdoar, engolir o mico e se preservar. É. No turbilhão — clichê! — da informação que sufoca, desgosta, deleita, se descolar, decolar no espaço do admirar, parar, calar: um breve intervalo entre poema e prosa, entre ficção e vida. Entre a banda larga e a banda que passa, ah, gente, na janela: vendo ela passar quando ainda era música, não megabytes por segundo. Saudade, é. Estou num momento assim, ai, que medo de algum tipo "nossa, como ela é feia", ou, "burra", ou, "preguiçosa", ou, resumindo tudo, "decepção, coitada, prometia tanto...".
É tudo mentira. Lá fora, sim, é o século 21, mas aqui dentro é o esterno que dói, o corpo que se rói, a falta de saco, o chamego, a vontade de fazer nada, a prisão de ventre, a fome voraz sem vontade nenhuma de comer nada. A verdade é a anemia dos vegetarianos, gente, é. A falta do excesso de assunto, pra não dizer coisa com coisa. Ou vocês pensavam que era tudo brilho? Perdeu, meu chapa. Falou besteira, e se não der pra apagar, voltar atrás... fica na fama feito nódoa.
Um dia no hype outro no skype, se for preciso eu explico: vendo a vida de fora. Se algum texto precisa de explicação (é o que me diz o Alan, me exasperando na praia ao sol do meio-dia) é que não vale nada, deixa de fora a mesmice. A curta-imaginação. Uma ousadia de arriscar poema, ouvindo a trilha digamos assim... acabar em ruído.
Todo mundo tem seu dia, essa nem fal(h)a, de coelhinha aparecendo vestida. A burrice alheia diverte, nos engrandece, tá certo: *Mulher-Samambaia e seu cérebro-de-minhoca, fatiado ao vivo no Gente ?Boa? do Globo (de graça online sob cadastro), em público, para milhões, hum. No fundo do intestino a merda sempre fede, chegar lá pra quê?
Mais compaixão e menos sensacionalismo, gente, porque do mico ocasional ninguém escapa, certo, hum: dizem que há limites. Mas a "vida pequena", sim, continua (entre as aspas o termo é da Cora). Apesar da banda: cada vez mais larga e menos musical, respira fundo e toca o sino três vezes. Om.

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