sexta-feira, 3 de agosto de 2007

sim, trocaria todas as minhas paixões por você

encaixa tudo: os planos, as músicas que tocam aqui dentro. eu danço minha música, no meu ritmo, no meu tempo. compasso. o passo de dança que é contemporânea. que nem ela, que é antiga também. que me mostra outras coisas dos lugares mais bonitos e inusitados. é tempo de observar navios porque ela mesma é embarcação. carrega farelo dos restos de estrelas. prometeu me dar as linhas coloridas. aguardo. tento organizar as idéias, depois as responsabilidades, as decisões, os amores, a paixão, o encanto. quase não me caibo de tanta mirabolação, mas bom mesmo é assim pois não consigo me entediar. me liga no meio da manhã e resolve meus dramas. eu confio em tudo o que vem dele, por isso a raiva passa logo. me jogo de novo do alto da torre, da pedra, do tempo. me lasco inteira por meia hora de tagarelices. ele me entende. abraça forte meu corpo e vai ser a tal da pessoa ocupada e que vai salvar o mundo. vai crescer, vai.. te espero para um sorvete de raio de sol. naquela esquina em que vejo passar meus sonhos. eles passam e eu corro atrás. atleta, eu: salto, nado, corro, atiro, me jogo, velejo. de novo o mar, o rio. eu rio tu ris ele ri nós rimos. segurou minha mão e disse se orgulhar de mim. me confessou incondicional o seu amor. eu chorei. e a lágrima rolou pela avenida das treze alegrias, fertilizou as flores do meio-fio ao meio-dia do dia em que as coisas fugiram do meu controle. a varinha mágica virou farinha láctea sem estrelas na constelação, no meio do caos da era de aquário. sim, trocaria todas as minhas paixões por você. isso é querer ser límpida. mas já não posso: mordi a hóstia na primeira comunhão pra ver se saía sangue. eu não era santa! sorri peralta e grudou tudo no céu da boca. pro céu eu não iria mais, mas ele me levou lá tantas vezes. hoje parei no mesmo local onde a gente começou a trilhar o futuro: ‘pra que servem aqueles tambores no alto da torre?’ ; ‘os marcianos vêm tocar!’. eu acreditei de novo, e ninguém nem sabe..o cigarro é pra não deixar aflorar o gosto da tua boca, porque se eu fechar os olhos ainda sei teu beijo teu sexo teu corpo teu cheiro. tu inteiro ainda em mim. eu, tua. a cidade vai ficando distante e tu mais perto, porque essa sua mania de me presentear com a segurança é que me faz ir mais longe. é afeto um nó uma estrada coração e alma. amor sem condições. é história contada nas noites de medo, de insônia e segredos. é música, a descoberta de um povo novo que planta algodão doce em terras geladas. é o rastro que tu deixa por esse mundo, que eu sigo. te observando entre os atos mais bonitos. nessa tua expansão que me atravessa inteira. e permanece.

5 comentários:

Noga Sklar disse...

DEFINITIVAMENTE, ANNAK, SIM, EU GOSTO DO QUE VC ESCREVE. EM LETRAS MAIÚSCULAS.

Simone Couto disse...

annak, lindo, poético, como sempre. mais um grafite prufundo e marcante nas retinas do leitor. Ele agradece. eu tb.

simone

Simone Couto disse...

digo, profundo, palavra que desejava se repetir aqui...

Anônimo disse...

Um Belíssimo texto numa mescla bastante louvável de poesia e cotidiano. Visualizo um caminho de sucesso para essa turma.

Reiki pela vida disse...

mirabolação
sorvete de raio de sol
farinha láctea

Gostei muito, muito, muito, muito!