quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

da ingenuidade pretendida

E sou do tempo que uma pessoa boa me fazia ser boa com ela, na lei da troca mais primitiva que regia aquele mundo que não pensava em marca nem em ser único pensava em manter aquela roda de afetos trocados pro dia fluir passar suave e no final dos mês as contas pagas ninguém com muito mais nem muito menos cada um com um pouco de mãe e pai e com muito de si o suficiente pra manter aquela roda de sobrevivência desconfiando um pouco que seja afinal era minas gerais e todo mundo era mais ou menos pobre em sendo pobre não gozava de muito tempo e com pouco tempo aceito não pensava que tinha uma vida inteira pra gozar contemplar
e se vestir ou se movimentar não se aprendia na revista mas tinha muita TV desde cedo. E tinha sonhos imensos gordos do lado de lá da imensidão que agora vejo tão pequena sem historia e de uma tristeza tão grande eu fiquei menina assim são joão assim quando menos pensava veio tudo e um amigo falou: - não entendo nada do que você fala ana, seu discurso é muito barroco! – E, eu, meu Deus, que agora entendo isso, barroco e tudo com casca filetinho rococó e tudo mais – você esperava o que André? Eu, entre igreja e cemitério, entre missa e pé de laranjeira, fio. Mas eu vi que a tristeza não estava lá.

Um comentário:

maria lutterbach disse...

alguém já disse, né?
o melhor lugar é onde não estamos.
mas o quase-melhor-lugar é onde os amigos estão. então fico muito, muito feliz que vc esteja por perto.