No Gente Boa não prestei muita atenção. É uma página de puro entretenimento, vocês sabem, de passar batido e observar as notinhas, só pra saber o que está rolando. Mas quando a tal notícia sobre a festa-hype-com-coelhinhas-da-Playboy se transforma em crônica para a posteridade, a coisa fica bem mais séria. Não só pelas coelhinhas, claro, mas por outros sintomas do texto.
"Não é a arte. É a autopromoção que conta agora", ui, essa doeu. Dói mais ainda saber que o leitor pede ao cronista frases curtas (e o cronista, coitado, ou dá ou desce, ou ainda pior: nem chega a subir). Ah, sim, e dói muito, muito mais ainda, saber que muito cronista bom se perde às vezes, tentando agradar: este de que vos falo achou por bem abolir o parágrafo, mesmo que as frases curtas acabem perdendo o fôlego, se é que vocês me entendem. Só pra contrariar.
"Não complique o texto. Não complique a vida", bem, a bem da fama, tudo bem. Limite o vocabulário e seu correspondente universo intelectual. Coisa mais chata.
Dói muito quando a gente lê que as profissões tradicionais oferecem salários ridículos, triste sentença a que se submete, por pura necessidade, também o cronista em questão: um escritor excelente que a gente descobre com gosto em textos mais antigos, mas que hoje em dia consome tempo e energia, não só registrando bobagens, que nisso se vê uma boa ponta de ironia, mas eternizando em crônica os sinais banais dos tempos. É o fim do mundo, gente. Ou pra não dar munição a apocalípticos, o fim do mundo como o conhecemos. O que vem por aí depende de nós, mais do que a gente pensa, isto é, se a gente resolver pensar. Ai que preguiça. Ainda mais numa segunda-feira de chuva.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
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Um comentário:
estoy hablando.... tá bem perdido
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